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Ciência

Cientistas encontram genes associados à evolução da homossexualidade

Por João Paulo Martins  em 24 de agosto de 2021

O curioso é que as alterações no DNA dos voluntários homossexuais estavam ligadas às dos heterossexuais que tinham mais parceiros

Cientistas encontram genes associados à evolução da homossexualidade
(Foto: Freepik)

Estudo publicado na última segunda (23/8) na revista científica Nature Behavior descobre, de forma curiosa, que os genes associados à homossexualidade também estão ligados à necessidade de acasalamento entre os heterossexuais.

Como mostra o site de notícias científicas Phys.org, os autores alertam que as diferenças encontradas no DNA são pequenas e capturam apenas uma pequena porção da herança genética ligada ao comportamento homossexual. Mais pesquisas são necessárias para confirmar se esses resultados se aplicam à população em geral.

Os cientistas analisaram os efeitos genéticos do comportamento homossexual, em comparação com os voluntários que nunca se relacionaram com o mesmo sexo, em 477.522 pessoas do Reino Unido e dos EUA.

Eles também estimaram os efeitos genéticos dos heterossexuais em 358.426 voluntários, dos mesmos países, que só tiveram parceiros do sexo oposto e que informaram com quantos parceiros se relacionaram sexualmente.

Segundo o Phys.org, o estudo descobriu que os genes associados ao comportamento homossexual também foram associados aos participantes que tiveram mais de um parceiro do sexo oposto. Os autores sugerem que o número de companheiros do sexo oposto seria um indicador de sucesso no acasalamento, que durante a evolução teria levado a mais filhos.

Os efeitos genéticos identificados na pesquisa podem ajudar a explicar por que o comportamento homossexual persistiu ao longo da evolução humana, informa o site especializado. Curiosamente, os genes teriam sido favorecidos pela evolução, pois estão associados a uma prole maior.

É importante dizer que há uma série de limitações no estudo e os resultados devem ser interpretados com cautela. Especialmente porque os dados usados são apenas de indivíduos de ascendência europeia, deixando de representar as diversidades genética e comportamental humana.

Além disso, o número de parceiros sexuais relatados por indivíduos heterossexuais nos dias de hoje pode não estar associado a uma vantagem reprodutiva em nosso passado evolutivo.