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Cientistas encontram em Orozmani, na Geórgia, um dente humano de 1,8 milhão de anos

Por João Paulo Martins  em 15 de setembro de 2022

O achado se soma a crânios já descobertos na Geórgia e que ajudam a entender a migração dos humanos primitivos da África para Europa e Ásia

Cientistas encontram em Orozmani, na Geórgia, um dente humano de 1,8 milhão de anos
O dente humano de 1,8 milhões de anos foi descoberto na vila de Orozmani, na Geórgia (Foto: Municipality Of Dmanisi/Divulgação)

 

Arqueólogos da Geórgia encontraram um dente de 1,8 milhão de anos pertencente a uma espécie primitiva de humano que, segundo eles, confirma que essa região foi o lar de um dos primeiros assentamentos humanos pré-históricos da Europa, da população que migrou da África.

Segundo o jornal britânico The Guardian, o dente fossilizado foi descoberto perto da vila de Kvemo Orozmani, que fica a cerca de 100 km a sudoeste da capital georgiana, Tbilisi, e próximo à cidade de Dmanisi, onde crânios humanos de 1,8 milhão de anos foram encontrados entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000.

Os achados de Dmanisi representaram a descoberta mais antiga de fósseis humanos fora da África e mudaram a compreensão dos cientistas sobre a evolução das civilizações e os padrões de migração.

A área montanhosa do sul do Cáucaso, na Europa Oriental,  provavelmente foi um dos primeiros lugares em que os humanos primitivos se estabeleceram após deixarem a África, afirmam os especialistas, citados pelo jornal britânico.

“Orozmani, junto com Dmanisi, representa o centro mais antigo do mundo na distribuição dos humanos – ou Homo primitivo – fora da África”, diz o Centro Nacional de Pesquisa de Arqueologia e Pré-história da Geórgia.

 

Cientistas encontram em Orozmani, na Geórgia, um dente humano de 1,8 milhão de anos
O dente seria de humanos primitivos que teriam migrado da África (Foto: Municipality Of Dmanisi/Divulgação)

 

O arqueólogo Giorgi Bidzinashvili, líder científico da equipe de escavação, citado pelo The Guardian, afirma que o dente deve pertencer a um “primo” de Zezva e Mzia, nomes dados às pessoas cujos crânios fossilizados de 1,8 milhão de anos foram encontrados em Dmanisi.

“As implicações não apenas para este local, mas para a Geórgia e a história de humanos deixando a África há 1,8 milhão de anos são enormes. Isso solidifica a Geórgia como um lugar realmente importante para a paleoantropologia e para a história humana em geral”, comenta Jack Peart, estudante britânico de Arqueologia que encontrou o dente em Orozmani.

Os fósseis de Homo mais antigos já descobertos em qualquer lugar do mundo datam de cerca de 2,8 milhões de anos – fragmento de mandíbula descoberto na Etiópia.

Cientistas acreditam que os primeiros humanos, uma espécie caçadora-coletora chamada Homo erectus, provavelmente começou a migrar para fora da África há cerca de dois milhões de anos. Ferramentas antigas datadas de cerca de 2,1 milhões de anos foram descobertas na China moderna, mas os sítios arqueológicos da Geórgia abrigam os restos mais antigos de humanos primitivos fora da África.