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Cientista da Nasa diz ter encontrado indícios de vida alienígena em Vênus

Por João Paulo Martins  em 24 de agosto de 2023

Michelle Thaller, pesquisadora do Centro de Voo Espacial Goddard, diz que há indícios de CO² no planeta vizinho da Terra

Cientista da Nasa diz ter encontrado indícios de vida alienígena em Vênus
Michelle Thaller diz que o CO² da atmosfera de Vênus seria sinal de vida extraterrestre (Foto: Nasa/Goddard Space Flight Centre/Divulgação)

 

Vênus é um planeta com temperaturas escaldantes, na casa dos 475º C, além de uma espessa atmosfera ácida. Apesar desse cenário hostil, ele pode conter vida alienígena. Ao menos segundo uma cientista da Nasa, que afirma que os extraterrestres provavelmente estão escondidos em Vênus sob condições que seriam insuportáveis para os humanos.

A nova teoria foi apresentada pela pesquisadora Michelle Thaller, do Centro de Voo Espacial Goddard, que fica nos EUA. Ela diz que “possíveis sinais de vida” já foram detectados na atmosfera cheia de dióxido de carbono (CO²) do nosso planeta vizinho e que está “absolutamente certa” de que existe vida nele.

“Vemos possíveis sinais de vida na atmosfera de Vênus. Eu nunca imaginei que seria em Vênus. Agora, ele é um lugar onde vemos algo na atmosfera que parece muito parecido com o que poderia ser produzido por bactérias”, comenta a cientista ao tabloide britânico The Sun.

Vênus costuma ser chamado de “gêmeo da Terra” devido ao seu tamanho e estrutura, semelhantes aos do nosso planeta. Mas suas condições são bem diferentes, impossibilitando a sobrevivência de humanos.

Posicionado a 107 milhões de km do Sol, Vênus é o planeta mais quente do Sistema Solar, com temperaturas tão altas que poderiam derreter uma peça de chumbo. Além disso, sua atmosfera é composta por ácido sulfúrico e dióxido de carbono, tornando-o um local  inóspito e gerando um “efeito de estufa descontrolado”, que impede que o calor escape para o universo.

 

Cientista da Nasa diz ter encontrado indícios de vida alienígena em Vênus
A atmosfera de Vênus é repleta de ácido sulfúrico e gás carbônico (Foto: Nasa/JPL Caltech/Divulgação)

 

Apesar desse cenário, cientistas debatem há muito tempo se as nuvens de Vênus podem abrigar formas de vida microbianas capazes de sobreviver na presença de enxofre, metano (CO) e ferro.

Alguns acreditam até que na superfície do planeta poderia ser realizada a fotossíntese, já que ele recebe energia solar suficiente para penetrar suas espessas nuvens tóxicas.

No entanto, o astrobiólogo Dominic Papineau, da Universidade College de Londres, citado pelo portal MSN, acredita que a teoria de Michelle Thaller é difícil de ser pensada como uma hipótese realista.

“Para que ocorram reações químicas relacionadas à vida, é necessária água líquida. Portanto, para encontrar vida extraterrestre, precisamos encontrar água líquida, e para encontrar fósseis extraterrestres é necessário procurar rochas sedimentares que foram associadas à água líquida no passado. Isto torna difícil uma hipótese realista de vida no Vênus atual, porque sua superfície é demasiado quente, embora possa ter tido água líquida no passado. Outro problema para se achar possível registo fóssil é que o vulcanismo parece ter coberto a maior parte da superfície do planeta nas últimas centenas de milhões de anos”, explica o cientista.

Mesmo assim, tanto o Papineau como a pesquisadora da Nasa concordam que as luas geladas do nosso Sistema Solar também podem ser locais de potencial vida microbiana.

A agência espacial americana acredita que existam 290 luas “tradicionais” em nossa vizinhança – excluindo 462 asteroides e planetas menores.

“É mais provável que possamos encontrar vida extraterrestre e/ou fósseis em Marte e nas luas geladas do Sistema Solar exterior”, diz o pesquisador britânico, citado pelo MSN.