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"Voto impresso" e "fraude nas eleições" geraram quase 400.000 posts na web entre novembro de 2021 e janeiro de 2022

Por João Paulo Martins  em 24 de fevereiro de 2022

Os dados fazem parte de um estudo sobre desinformação e eleições divulgado pela Fundação Getúlio Vargas

"Voto impresso" e "fraude nas eleições" geraram quase 400.000 posts na web entre novembro de 2021 e janeiro de 2022
(Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE/Divulgação)

 

Em evento da empresa de investimentos BTG Pactual realizado na última quarta (23/2), o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro. "É isso que nós queremos para o Brasil? Dá para deixar rolar numa boa? Quem chegar, chegou? Tudo bem, ninguém vai sofrer nada com isso, a economia vai continuar numa boa?", reclama o ex-deputado federal, citado pelo jornal Estado de São Paulo.

Bolsonaro cita a suposta legitimidade do sistema eletrônico de votação. Vale lembrar que o Congresso Nacional não aprovou em 2021 um projeto de impressão dos votos enviado pelo presidente. "Onde vamos chegar se temos um sistema eleitoral que você pode não comprovar que é fraudável, mas você não tem como comprovar também que não pode ser fraudável?", diz na reunião do BTG Pactual, citado pelo jornal paulista.

Essa onda de Jair Bolsonaro em insistir na suposta possibilidade de fraude nas eleições brasileiras vem gerando vários comentários nas redes sociais. De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado dia 9 de fevereiro, uma média de 888 posts diários foram publicados no Facebook entre novembro de 2020 e janeiro de 2022 citando "voto impresso" e "fraude". No total, foram monitoradas 394.370 postagens sobre os assuntos.

Durante as eleições municipais de 2020 e a discussão da PEC do Voto Impresso, em agosto de 2021, esses dois temas foram os destaques nas redes sociais. Segundo a FGV, no dia 10 de agosto de 2021, foram 10.619 mensagens em apenas um dia citando "voto impresso" e "fraude".

O estudo da fundação revela ainda que 40 mensagens de desinformação, consideradas "pró-fraude nas urnas", foram as mais populares no período avaliado pela FGV, gerando 6.809.193 interações dos usuários. O problema é que, das 20 principais mensagens de desinformação, 13 (ou 32,5%) são vinculadas à página de Jair Bolsonaro no Facebook, atraindo quase metade das interações (3.227.981 ou 47%).