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Prisioneira trans é transferida para presídio masculino após engravidar duas colegas nos EUA

Por João Paulo Martins  em 19 de julho de 2022

A detenta acusa as autoridades de não respeitarem sua opção sexual e alega ter sofrido agressões durante a transferência

Prisioneira trans é transferida para presídio masculino após engravidar duas colegas nos EUA
Demi Minor é transgênero e foi acusada de engravidar duas colegas no presídio feminino Edna Mahan (Fotos: Justice4demi.org/Reprodução)

 

Uma presidiária transgênero foi acusada de engravidar duas colegas de uma prisão feminina em Nova Jersey, nos EUA, e acabou sendo transferida para uma instalação diferente, segundo relatório divulgado no último sábado (16/7), obtido pelo jornal americano New York Post.

Demi Minor, de 27 anos, foi transferida no mês passado do presídio feminino Edna Mahan para o presídio juvenil Garden State, uma prisão para jovens adultos no condado de Burlington, informou um porta-voz do Departamento de Correções de Nova Jersey, citado pelo jornal.

Minor, que cumpre pena de 30 anos por homicídio culposo, agora é a única mulher na nova instalação. Em publicação compartilhada na última sexta 915/7) em seu blog intitulado Justice 4 Demi (Justiça para Demi), a prisioneira conta que foi colocada em observação por tentativa de suicídio ao ser levada para a nova instalação, “devido ao fato de eu ter me enforcado na van”. Segundo ela, os guardas negaram seu pedido de ser revistada por uma policial.

“[Departamento de Correções de Nova Jersey] violou meu direito de estar segura e livre de assédio sexual, colocando-me em uma das instalações correcionais para jovens mais violentos”, escreve Demi Minor no blog. “Enquanto estava aqui no presídio juvenil Garden State, me achei sob ataque de jovens presos que são imaturos e simplesmente ignorantes em relação a uma pessoa como eu”, completa a presidiária em seu post.

Segundo ela, na transferência para a nova prisão, foi chamada de “ele” mais de 30 vezes, acrescentando que “isso não aconteceu comigo em anos sendo tratada principalmente como homem”.

Em uma publicação anterior, Minor diz ter sido removida à força da prisão feminina e espancada durante a transferência. O Departamento de Correções de Nova Jersey não comentou as acusações, de acordo com o New York Post.

“O departamento não pode comentar sobre nenhuma investigação ativa. O departamento tem tolerância zero para abusos, e a segurança da população e dos funcionários encarcerados são de importância crítica”, disse o prota-voz ao jornal.

A transferência de Demi Minor ocorreu meses depois que ela foi acusada de engravidar duas detentas enquanto estava no presídio feminino Edna Mahan, depois de se envolver em “relações sexuais consensuais com outra pessoa encarcerada”.

Em 2021, Nova Jersey promulgou uma política para permitir que prisioneiros fossem alojados de acordo com a identidade de gênero. A política, que entrou em vigor há cerca de um ano, foi parte de um acordo de um processo de direitos civis movido por uma mulher forçada a viver em prisões masculinas por 18 meses, revela o New York Post.

Minor estará elegível para pedir liberdade condicional em 2037.