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Alimentação

Porção minúscula de amendoim já pode provocar reação em pessoas alérgicas

Por João Paulo Martins  em 29 de março de 2021

Estudo aponta que o equivalente a um grão de sal da proteína do amendoim é capaz de causar reação alérgica em 1% das pessoas sensíveis ao alimento

Porção minúscula de amendoim já pode provocar reação em pessoas alérgicas
(Foto: Pixabay)

Para quem é alérgico, pequenas quantidades da proteína presente no amendoim podem causar urticária, formigamento na boca, falta de ar ou náusea em questão de minutos.

Além disso, em casos graves dessa alergia, pode ocorrer anafilaxia induzida por alimentos. É uma emergência médica com risco de morte. Por isso, muitos rótulos possuem avisos como “pode conter amendoim” ou “foi processado em uma instalação que processa nozes”.

Um estudo que será publicado na edição de maio da revista científica Food and Chemical Toxicology, revela que uma porção de amendoim equivalente a um grão de sal já é suficiente para desencadear reação em 1% das pessoas alérgicas.

Entenda a pesquisa

Os cientistas avaliaram dados de 481 pacientes em estudos duplo-cegos controlados por placebo, que foram expostos a níveis crescentes de proteína de amendoim num ambiente clínico controlado até que surgisse a reação alérgica.

Foram usados modelos matemáticos para estimar a quantidade de proteína do amendoim que causaria ou desencadearia a reação alérgica em certa porcentagem de pacientes sensíveis ao alimento.

De acordo com o estudo, a dose calculada para provocar uma reação alérgica em 1% dos pacientes sensíveis ao amendoim foi de apenas 0,052 mg de proteína, ou o peso de um único grão de sal. Já para 5% dos voluntários, 0,49 mg de proteína do amendoim, ou o peso de um único grão de açúcar, é suficiente para ativar a alergia alimentícia.

“O risco é baseado numa combinação de quão inerentemente algo é perigoso e a quantidade dessa substância a que alguém é exposto. O tempo de exposição também é importante para determinar o risco. Água é saudável, mas se você beber além do suficiente, ela pode te matar”, diz a toxicologista Lynne Haber, da Universidade de Cincinnati. Nos Estados Unidos, uma das autoras do estudo, citada pelo site da instituição de ensino.