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Saúde

Dieta com restrição de proteínas pode ajudar quem tem diabetes e obesidade, afirmam cientistas

Por Da Redação  em 20 de julho de 2022

Segundo estudo que contou com pesquisadores da USP, a restrição do consumo de proteínas em uma dieta tradicional, pode reduzir os efeitos do excesso de peso e ajudar no controle do diabetes

Dieta com restrição de proteínas pode ajudar quem tem diabetes e obesidade, afirmam cientistas
(Foto: Freepik)

 

Em estudo publicado no final de junho na revista científica Nutrients, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Campinas (Unicamp), do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, acompanharam 21 voluntários com síndrome metabólica, ao longo de 27 dias. Eles fizeram dietas com restrição proteica e com restrição calórica. O menor consumo de proteínas foi associado ao controle do diabetes e à redução da obesidade.

Pessoas com síndrome metabólica apresentam uma série de fatores de risco, como hipertensão, nível elevado de açúcar no sangue, excesso de gordura corporal em torno da cintura e colesterol alto. Esse conjunto pode levar ao desenvolvimento de diabetes e doenças cardíacas.

“Os resultados do estudo mostram que a dieta de restrição de proteína é eficaz para controlar a diabete e reduzir a obesidade. Além disso, diminuiu os níveis de colesterol, controlou a pressão arterial e auxiliou na redução do peso corporal com perda de gordura e manutenção de músculos”, comenta o pesquisador Rafael Ferraz Bannitz, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, um dos autores do estudo, citado pelo Jornal da USP.

Os cientistas dividiram os 21 participantes, homens e mulheres de 25 a 60 anos, em dois grupos. O primeiro foi submetido a uma dieta com restrição de 25% das calorias recomendadas. O outro seguiu um plano alimentar com a quantidade ideal de calorias, mas com redução no consumo de proteínas.

“No grupo com restrição calórica, tivemos uma concentração de 20% de proteínas, 50% de carboidrato e 30% de gordura. Já o grupo com restrição de proteínas teve 10% de proteínas, 60% de carboidrato e 30% de gordura”, explica Bannitz.

Todos os voluntários tinham Índice de Massa Corporal (IMC) alto, indicando obesidade moderada a grave. Além disso, eles eram diagnosticados com diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e níveis elevados de gordura no sangue.

Os participantes foram acompanhados por 27 dias por uma equipe do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da USP com avaliação da pressão arterial, peso, composição corporal, distribuição de gordura, gasto energético basal e outras análises bioquímicas e moleculares, como microbioma intestinal (conjunto de microrganismos que habitam o intestino) e modificação da expressão de genes do tecido adiposo.

“A característica isocalórica [mesma quantidade de calorias] da dieta de restrição proteica torna essa abordagem nutricional mais atraente e menos drástica para ser aplicada em ambientes ambulatoriais e na casa dos pacientes. Além disso, tem potencial para ser usada como terapia auxiliar em pessoas com síndrome metabólica com diabete e obesidade”, comenta Rafael Bannitz ao Jornal da USP.

(Com Jornal da USP)