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Cultura

Será que o tapa de Will Smith em Chris Rock foi combinado para promover um remédio para alopecia?

Por Da Redação  em 01 de abril de 2022

Circula nas redes sociais uma teoria de que a Pfizer, patrocinadora do Oscar, queria promover um remédio para alopecia areata e o tapa após a piada sobre a doença serviu de mote

Será que o tapa de Will Smith em Chris Rock foi combinado para promover um remédio para alopecia?
Muita gente desconfia que o tapa de Will Smith em Chris Rock foi encenado (Foto: YouTube/The Guardian/Reprodução)

 

Depois da famigerada cena do tapa do ator Will Smith no comediante Chris Rock durante a cerimônia do Oscar no último domingo (27/3), começou a circular nas redes sociais uma teoria da conspiração que diz que a agressão foi encenada para dar visibilidade à doença autoimune alopecia areata, que acomete Jada Pinkett Smith, esposa do astro de Independence Day (1996) e MIB: Homens de Preto (1997).

A explicação para essa teoria é que a biofarmacêutica americana Pfizer, como uma das patrocinadoras do Oscar, queria que a doença associada à calvície, como no caso de Jada, que raspa a cabeça para esconder as falhas do cabelo, se tornasse mundialmente conhecida para alavancar as vendas de um novo medicamento para alopecia.

 

 

Porém, como era de se esperar, não passa de mais uma teoria da conspiração infundada. Como mostra o blog alemão Highsnobiety, de fato a Pfizer foi copatrocinadora do Oscar e uma de suas subsidiárias, a Arena Pharmaceuticals, está desenvolvendo um medicamento chamado “etrasimod’, mas não é direcionado à alopecia areata.

A Arena vinha desenvolvendo o etrasimod bem antes de ser adquirida em março de 2022 e a Pfizer deixou claro que queria que o remédio concorresse com o Zeposia, da biofarmacêutica americana Bristol Myers Squibb, revela o blog alemão.

Além disso, o medicamento da Arena é um suplemento oral que está sendo desenvolvido como um possível tratamento a longo prazo para doenças autoimunes. Sim, a alopecia de Jada Pinkett Smith está inserida nesse contexto, assim como a doença de Crohn, que afeta o ator Tyler James Williams, de Todo Mundo Odeia o Chris, e lúpus, que foi diagnosticado nas cantoras Lady Gaga e Selena Gomez.

Caso ainda esteja achando que o tapa de Will Smith em Chris Rock poderia ser uma forma de divulgar o etrasimod, de acordo com o blog Highsnobiety, a Pfizer acabou de divulgar os resultados dos testes de fase 3 (quando se avalia cura e sobrevida dos participantes). Para que seja apresentado à Food and Drug Administration dos EUA (espécie de Anvisa) para possível aprovação, ainda deve demorar um pouco.

Por fim, é preciso lembrar que existiam outros patrocinadores do Oscar e, possivelmente, eles não gostariam que a grande festa do cinema fosse ofuscada por uma cena de agressão ao vivo. O evento incluiu três grandes patrocinadores além da Pfizer: a marca de relógios de luxo Rolex, a empresa de telecomunicações Verizon e o site de negociação de criptomoedas Crypto. Havia ainda outras marcas “menores” associadas à premiação, como o aplicativo Snapchat e a rede de fast food Subway.