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Ciência

Fragmentos de fósseis encontrados na China em 2019 podem ser de nova espécie humana

Por João Paulo Martins  em 07 de agosto de 2023

Análises mostram que os ossos até se parecem com os dos humanos modernos, mas são diferentes dos neandertais e denisovanos

Fragmentos de fósseis encontrados na China em 2019 podem ser de nova espécie humana
Fragmentos de ossos humanos fossilizados descobertos em Hualongdong, na China (Foto: Xiujie Wu et al./Journal of Human Evolution/Divulgação)

 

Em estudo que sairá na edição de setembro do periódico científico Journal of Human Evolution, cientistas descrevem um antigo fóssil humano encontrado na China e que pode representar uma nova espécie de hominídeo.

Os fragmentos que incluem mandíbula, crânio e ossos da perna foram descobertos em Hualongdong, na província chinesa de Hubei, em 2019, e não se parecem com a linhagem que formou os neandertais, nem com a dos denisovanos, nem com a nossa (Homo sapiens), sugerindo que possa ser uma nova espécie.

Segundo o site americano Science Alert, o rosto desse desconhecido hominídeo é semelhante ao dos humanos modernos, que se separaram do Homo erectus há 750.000 anos. Mas a falta de “queixo” nos fósseis estaria ligada aos denisovanos – espécie que viveu na Ásia e se separou dos neandertais há mais de 400.000 anos.

Pesquisadores da Universidade Xi'an Jiaotong, da China, da Universidade de York, do Reino Unido, do Centro Nacional de Pesquisa em Evolução Humana da Espanha e da Academia Chinesa de Ciência acreditam ter descoberto uma linhagem totalmente nova de hominídeos, que seria um híbrido entre o ramo que formou os humanos modernos e o que gerou outras espécies que viveram na região, como os denisovanos.

 

Fragmentos de fósseis encontrados na China em 2019 podem ser de nova espécie humana
(Foto: Xiujie Wu et al./Journal of Human Evolution/Divulgação)

 

Enquanto o Homo erectus persistiu na Indonésia até cerca de 100.000 anos atrás, os restos encontrados em 2019 no leste da China possuem maior semelhança com outras espécies mais modernas de hominídeos.

A mandíbula e o crânio fossilizados pertencem a uma criança de 12 ou 13 anos e, embora seu rosto tenha características humanas modernas, os membros, a calota craniana e a mandíbula “parecem refletir traços mais primitivos”, disseram os autores da análise, citados pelo site americano.

O Homo sapiens só apareceu na China há cerca de 120.000 anos, mas parece que algumas de nossas características “modernas” já existiam muito antes disso. Pode ser que o último ancestral comum dos humanos atuais e dos neandertais tenha surgido no sudoeste da Ásia e depois se espalhado por todos os continentes.

Essa teoria agora precisará ser confirmada com mais pesquisas arqueológicas.