Atriz britânica Emma Watson é chamada de antissemita por apoiar a Palestina

 
Uma publicação feita no Instagram na última segunda (3/1) pela atriz britânica Emma Watson, de 31 anos, em favor dos palestinos, gerou acusações de antissemitismo por parte de políticos israelenses.

A atriz, que alcançou a fama mundial ao interpretar a personagem Hermione Granger nos filmes Harry Potter, postou uma imagem de um comício pró-palestino com o dizeres “Solidarity is a verb [Solidariedade é um verbo]”, junto a uma citação da escritora e feminista britânica Sara Ahmed.

Na última quarta (4/1), a postagem atraiu mais de 1,2 milhão de curtidas, bem como milhares de comentários divididos entre os que apoiavam Emma Watson e os que criticavam sua postura.

A publicação também chamou a atenção de políticos israelenses, revela a emissora americana CNN, incluindo Danny Danon, ex-embaixador do país nas Nações Unidas, que compartilhou o post da atriz em sua conta oficial no Twitter junto com a legenda: “10 pontos para a Grifinória [uma das ‘casas’ da escola Hogwarts] por ser um antissemita”.

Gilad Erdan, atual embaixador de Israel na ONU, também reagiu em sua conta oficial no Twitter.

“A ficção pode funcionar em Harry Potter, mas não funciona na realidade. Se assim fosse, a magia usada no mundo da fantasia poderia eliminar os males do Hamas, que oprime as mulheres e busca a aniquilação de Israel, e da AP, que apoia o terror. Eu seria a favor disso!”, comenta Erdan na rede social, citado pela emissora.

Claro que as mensagens das autoridades israelenses também ganharam reações. Leah Greenberg, co-diretora executiva da Indivisible, uma organização de campanha política progressista com sede nos Estados Unidos, respondeu a Danon no Twitter.

“Uma demonstração perfeita de armamentismo totalmente cínico e de má-fé que usa antissemitismo para acabar com as expressões básicas de solidariedade ao povo palestino”, escreve Greenberg, citada pela CNN.

O apresentador da emissora americana MSNBC e ex-jornalista da CNN Ayman Mohyeldin também comentou. “Não é brincadeira. Estamos no ponto em que um simples post de imagem fazendo referência à solidariedade com os palestinos no Instagram faz com que você seja rotulado como antissemita”.

Outras celebridades também receberam duras críticas por seu apoio à causa palestina.

Em outubro de 2021, a premiada autora irlandesa Sally Rooney disse que optou por não vender os direitos de tradução de seu último romance para uma editora baseada em Israel, citando preocupações sobre o conflito com a Palestina.

Na época, Nachman Shai, ministro israelense para assuntos ligados ao conflito, criticou a decisão de Rooney no Twitter: “O boicote cultural a Israel, o antissemitismo com uma nova roupagem”, escreveu ele, citado pela CNN.