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Baleia jubarte fica com a cauda presa em cabo de pesca e é resgatada em Ilhabela, no litoral de SP

Por Da Redação  em 29 de junho de 2023

O animal de cerca de nove metros estava nadando apesar de puxar 80 m de cabos e um peso usado na pesca de espinhel, com barcos

Baleia jubarte fica com a cauda presa em cabo de pesca e é resgatada em Ilhabela, no litoral de SP
(Foto: Instituto Argonauta/Divulgação)

 

Na última terça (27/6), uma baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) precisou ser socorrida por uma equipe do Instituto Argonauta, entidade de proteção ambiental de Ubatuba (SP), após ficar presa em uma corda usada por barcos na pesca de espinhel, na região de Ilhabela, litoral norte de São Paulo.

Segundo o instituto, a baleia, de cerca de oito a nove metros de comprimento, estava com um cabo de nylon com poita (peso que mantém a isca afundada) enroscado na cauda. Ela nadava puxando o material com aproximadamente 80 m e espessura de oito a 10mm.

 

Baleia jubarte fica com a cauda presa em cabo de pesca e é resgatada em Ilhabela, no litoral de SP
(Foto: Instituto Argonauta/Divulgação)

 

Seguindo os protocolos comuns para esse tipo de resgate, os biólogos Marcelo Rezende e Vinicius Damasceno conseguiram, com sucesso, cortar o cabo e liberar o animal. Durante a ação, outra baleia jubarte menor, medindo de seis a sete metros, estava acompanhando a que estava com a cauda emaranhada. De acordo com a equipe do Argonauta, nãos e sabe como a jubarte conseguia nadar com a poita presa a ela, já que o equipamento de pesca era muito pesado.

Esse tipo de operação é considerada uma atividade muito arriscada e precisa ser feita seguindo as regulamentações do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A equipe precisa ser capacitada e treinada para evitar ao máximo colocar em risco a vida de quem participa do resgate.

 

Baleia jubarte fica com a cauda presa em cabo de pesca e é resgatada em Ilhabela, no litoral de SP
(Foto: Instituto Argonauta/Divulgação)

 

“Quando as pessoas tentam, nas melhores das intenções, fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco e comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”, comenta o biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, do Instituto Argonauta, citado pelo site da entidade ambiental.

Vale lembrar que a baleia jubarte consta da lista de espécies seguras ou com risco de extinção “pouco preocupante” da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN Red List). Isso graças à proibição da caça da espécie, o que fez com que a população das baleias se recuperasse no Atlântico Sul.

No entanto, como alerta o Argonauta, a jubarte sofre com outras ameaças, como a pesca em larga escala. “É quando esses animais acabam se enroscando em algum equipamento de pesca que não era destinado a elas. Não é o objetivo dos pescadores que a baleia se emalhe, pois acabam perdendo seus materiais, mas é um dos grandes desafios de gestão das áreas marinhas.  Elas ainda podem ser atropeladas por lanchas, barcos ou navios, e tem também as pessoas que não respeitam as normas de avistamento, e que podem causar o molestamento desses animais”, diz a bióloga Carla Beatriz Barbosa, diretora executiva do instituto sediado em Ubatuba.