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Pela 1ª vez após mais de 50 anos, Pentágono é ouvido no Congresso dos EUA sobre estudo de óvnis

Por João Paulo Martins  em 17 de maio de 2022

Representantes do Departamento de Defesa dos EUA falaram aos congressistas sobre o que chamam de "fenômenos aéreos não identificados"

Pela 1ª vez após mais de 50 anos, Pentágono é ouvido no Congresso dos EUA sobre estudo de óvnis
(Foto: Pixabay)

 

O Congresso dos EUA realizou nesta terça (17/5) a primeira audiência pública em mais de 50 anos sobre objetos voadores não identificados (óvnis), ouvindo funcionários do alto escalão do Pentágono. Os depoentes relataram que os “fenômenos aéreos não identificados” (unidentified aerial phenomena, em inglês) relatados por pilotos e militares aumentou para cerca de 400 desde junho de 2021.

Como mostra a emissora americana CBS News, o subsecretário de Inteligência e Segurança do Departamento de Defesa dos EUA, Ronald Moultrie, e o vice-diretor de Inteligência Naval Scott Bray testemunharam perante um subcomitê da Câmara dos Deputados sobre como o Pentágono está organizando os relatos desse tipo de fenômeno depois que um relatório foi divulgado no ano passado e descobriu que a maioria dos incidentes analisados continuam sem explicação.

O tão esperado documento que veio a público em junho de 2021 foi divulgado pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional e pela Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não-Identificados (Unidentified Aerial Phenomena Task Force), do Pentágono, e não encontrou evidências para sugerir que os óvnis sejam de origem extraterrestre ou criados por alguma nação inimiga.

Os investigadores do governo americano conseguiram identificar um entre 144 relatórios de objetos não identificados “como um grande balão desinflando”. Mas os outros 143 registrados entre de 2004 a 2021 permanecem um mistério.

Além disso, não há dúvida de que os óvnis sejam objetos reais, já que, pelo menos, 80 dos 144 avistamentos foram detectados por radares e outros sensores, segundo o relatório. “O fenômeno claramente representa um problema de segurança de voo e pode representar um desafio para a segurança nacional dos EUA”, diz trecho do relatório.

Na audiência desta terça (17/5), Scott Bray, citado pela CBS News, revela que o número de incidentes relatados cresceu para aproximadamente 400 desde o relatório do ano passado. Segundo ele, os avistamentos são “frequentes e contínuos” e geralmente ocorrem em áreas de treinamento militar ou outro espaço aéreo restrito.

Ele mostrou aos legisladores um vídeo de um fenômeno aéreo não identificado observado por um piloto da Marinha em 2021, um “objeto esférico” que “passa rapidamente pela janela do cockpit da aeronave”.

“Não tenho uma explicação para o que é esse objeto”, diz Bray aos congressistas.

O vice-diretor de Inteligência Naval explica que a força-tarefa não tem nenhum destroço ou vestígio que possa sugerir que os óvnis tenham origens extraterrestres, segundo a emissora. Ele afirma ainda que não houve colisões entre os objetos estranhos e aeronaves dos EUA, mas revela que houve pelo menos 11 “quase acidentes”. Ele acrescenta que outros países produziram seus próprios relatórios de fenômenos aéreos não identificados e que alguns deles trocam informações com os EUA sobre as descobertas, e vice-versa.

A CBS News lembra que a última audiência pública sobre óvnis no Congresso americano foi realizada na década de 1960, antes da dissolução do chamado Projeto Livro Azul (Project Blue Book), um programa da Força Aérea dos EUA que investigava e analisava relatos de objetos voadores não-identificados. O projeto durou de 1947 a 1969 e foi dissolvido em parte porque os objetos não representavam ameaça à segurança nacional, de acordo com a própria Força Aérea americana.