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Gepeto da vida real: americano é engolido e “cuspido” por baleia

Por João Paulo Martins  em 12 de junho de 2021

Mergulhador e caçador de lagostas Michael Packard só percebeu uma escuridão repentina, achou que estava sendo atacado por um tubarão e quase virou o pai do Pinóquio

Gepeto da vida real: americano é engolido e “cuspido” por baleia
O pescador de lagosta Michael Packard diz ter sobrevivido após ser engolido e cuspido por uma baleia jubarte (Foto: CBS Boston/Reprodução e Pixabay)

O mergulhador e pescador de lagosta Michael Packard, que vive em Provincetown, no estado de Massachusetts (EUA), afirma que praticamente foi engolido por uma baleia na manhã da última sexta (11/6). A informação é da emissora local CBS Boston, que completa dizendo que ele é mergulhador de lagosta há 40 anos e nunca passou por algo parecido.

Segundo Packard, depois de pular do barco no mar, ele “sentiu um enorme solavanco e tudo ficou escuro de repente”. Nesse momento, ele diz ter ficado com medo de ser ataque de tubarão.

“Então eu tateei e percebi que não havia dentes. Só depois percebi: ‘Meu Deus! Estou na boca de uma baleia e ela está tentando me engolir’”, conta o americano à emissora.

O pescador de lagosta revela que pensou que ia morrer e que no momento só pôde lembrar dos filhos e da esposa e sentiu que não havia como sair da boca da baleia, que parece ser da espécie jubarte, que pode pesar de 35 a 40 toneladas e medir cerca de 16 m de comprimento.

“Então, de repente, ela subiu até a superfície e simplesmente começou a sacudir a cabeça. Acabei sendo atirado para o ar e caí na água. Estava livre e fiquei boiando. Não pude acreditar, mas estou aqui para contar”, diz Michael Packard à CBS Boston.

O sortudo mergulhador foi salvo pelo capitão Joe Francis, que estava num barco de pesca nas proximidades e foi testemunha do inusitado incidente.

“Eu vi Mike sair voando da água e cair de volta. Logo o puxamos a bordo do barco. Nós o levantamos, tiramos o tanque de oxigênio e o colocamos no convés, quando finalmente se acalmou. Aí ele disse: ‘Joe, eu estava na boca de uma baleia’”, conta o capitão e testemunha da história que parece com as de Jonas, do Velho Testamento da Bíblia, ou a de Gepeto, pai do boneco Pinóquio.

Como mostra a emissora americana, Michael Packard temia que suas pernas estivessem quebradas, mas ele recebeu alta do hospital no final do dia (11/6) e conseguiu andar, ainda que mancando.

À CBS Boston, o Corpo de Bombeiros de Provincetown confirmou que respondeu a uma ligação às 8h15 de um pescador de lagostas que estava ferido.

Mais um caso envolvendo jubarte

Depois do jovem australiano que ficou em coma após ter o barco atingido por uma baleia jubarte no dia 6 de junho, o mergulhador americano também pode ter sido vítima da espécie, que não é considerada perigosa para os humanos.

Peter Corkeron, cientista sênior do Aquário da Nova Inglaterra (EUA), citado pela emissora, explica que as baleias jubarte ao se alimentarem, “fazem o que se chama de alimentação de gole, podendo abrir a boca de uma forma incrivelmente ampla”.

“É um acidente muito incomum. É um em… Sabe-se lá Deus o quê… Talvez em trilhões de chances. Ele só teve o azar de estar no lugar errado na hora errada”, afirma o cientista à CBS Boston.

Corkeron deixa claro que as jubartes, bem como as demais espécies de baleia, geralmente não estão interessadas em incomodar os humanos, mas o ideal é que as pessoas que estejam na água fiquem a pelo menos 100 metros delas.

“As baleias são grandes e fortes, e se algo der errado quando você estiver perto delas, pode ser muito perigoso”, alerta o especialista.