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Cultura

Quentin Tarantino causa polêmica ao criticar cineasta francês François Truffaut

Por João Paulo Martins  em 30 de agosto de 2022

O diretor de Kill Bill chamou de "horríveis" as obras de ação do grande nome do cinema francês, ícone do movimento Nouvelle Vague

Quentin Tarantino causa polêmica ao criticar cineasta francês François Truffaut
Tarantino gosta de provocar o público dentro e fora das telas (Foto: YouTube/El Rey Network/Reprodução)

 

O diretor americano Quentin Tarantino, de 59 anos, é um dos mais cultuados de Hollywood, especialmente por suas produções únicas como Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) e Kill Bill (2001), mas ele também gosta de provocar quando está fora das telas. Desta vez, Tarantino está causando polêmica ao criticar o trabalho do grande cineasta francês François Truffaut, um dos fundadores do movimento Nouvelle Vague.

Em entrevista para a edição de setembro da revista britânica Sight & Sound, o diretor americano citou episódios de seu podcast Video Archives, que participa ao lado do diretor e roteirista canadense Roger Avary, incluindo um em que critica o trabalho de François Truffaut, principalmente os filmes de ação (thrillers) que o renomado cineasta francês dirigiu quando estava no fim da carreira.

“Os thrillers de Chabrol [diretor francês Claude Chabrol] são drasticamente melhores do que os abissais filmes de Truffaut-Hitchcock, que acho simplesmente horríveis. Na verdade, eu não sou muito fã de Truffaut. Existem algumas exceções, principalmente A História de Adèle H. [1975], mas, na maioria das vezes, sinto por Truffaut como sinto por Ed Wood [filme de 1994 de Tim Burton] . Eu acho que ele é um amador muito apaixonado e atrapalhado”, comenta Quentin Tarantino, citado pelo site americano IndieWire.

Essa não é a primeira vez que o premiado diretor e roteirista americano dá uma opinião ácida sobre Truffaut. No filme Era Uma Vez em Hollywood (2019), Tarantino fez com que o personagem Cliff Booth, interpretado por Brad Pitt, reclamasse da exibição de Os Incompreendidos (1959) e Jules e Jim – Uma Mulher para Dois (1962). Ainda que o diretor de Pulp Fiction tenha dito em entrevistas na época que as opiniões de Booth sobre os filmes do cineasta francês exibidas no longa não necessariamente refletiriam as suas, ele não escondeu suas críticas ao aclamado François Truffaut.

“Ele tentou Truffaut duas vezes, mas não curtiu. Não porque os filmes fossem chatos, e eram, ainda que essa não fosse a única razão pela qual Cliff não os tenha curtido. Os dois primeiros filmes que ele assistiu, uma dupla de Truffaut, simplesmente não o cativaram. O primeiro filme, Os Incompreendidos, o deixou frio. Ele realmente não entendia por que aquele garotinho fez metade da merda que fez. E ele achava que as atitudes depressivas de Jules e Jim eram uma merda”, escreveu Quentin Tarantino no roteiro de Era Uma Vez em Hollywood.