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Ciência

Buracos negros mais próximos da Terra podem estar 10 vezes mais perto do que se imaginava

Por Da Redação  em 12 de setembro de 2023

Os massivos corpos celestes estariam no aglomerado estelar chamado Híades, a 150 anos-luz do nosso planeta

Buracos negros mais próximos da Terra podem estar 10 vezes mais perto do que se imaginava
Aglomerado estelar aberto Híades pode conter três buracos negros (Foto: Jose Mtanous/Nasa/Reprodução)

 

Astrônomos afirmam ter descoberto os buracos negros mais próximos da Terra e, surpreendentemente, estão 10 vezes mais perto do que os que detinham esse “recorde” de proximidade. Os corpos celestes estariam no aglomerado estelar Híades, que fica a “apenas” cerca de 150 anos-luz da gente.

Visível na constelação de Touro, Híades é um aglomerado estelar aberto com centenas de estrelas. Nesse tipo de aglomerado, segundo o site americano Space, as estrelas teriam se formado a partir da mesma nuvem massiva de gás e poeira. Por isso, acredita-se que elas compartilham características fundamentais, como composições químicas e idades.

Para encontrar os buracos negros que podem ser os mais próximos da Terra, uma equipe de cientistas liderada por Stefano Torniamenti, da Universidade de Pádua, na Itália, usou uma simulação computacional para determinar os movimentos e as evoluções das estrelas em Híades. Eles também incluíram buracos negros. Os resultados dessa simulação foram comparados com observações reais feitas anteriormente das velocidades e das posições das estrelas do aglomerado aberto – dados obtidos do telescópio espacial Gaia.

“As nossas simulações mostram que a massa e o tamanho de Híades só podem ser confirmados se, atualmente, alguns buracos negros estiverem presentes no centro do aglomerado, ou até recentemente”, comenta Torniamenti, citado pelo site americano.

As simulações revelaram que os modelos que melhor se alinhavam com as observações feitas em Híades eram aqueles que incluíam dois ou três buracos negros dentro do aglomerado estelar. Além disso, as simulações que envolveram buracos negros que teoricamente foram ejetados há não mais de 150 milhões de anos também coincidiram com os dados obtidos pelo Gaia.

Isto porque, de acordo com os pesquisadores, se esses buracos negros tivessem sido violentamente expulsos quando o aglomerado estelar tinha cerca de um quarto da sua idade atual – aproximadamente 625 milhões de anos – a coleção de estrelas não teria evoluído o suficiente para remover evidências da existência anterior dos massivos corpos celestes.

Mesmo que os buracos negros já tenham sido ejetados, eles continuariam sendo os mais próximos da Terra. Como lembra o Space, o recorde anterior de proximidade era do buraco negro Gaia BH1, localizada a 1.560 anos-luz de distância do nosso planeta. O segundo era o Gaia BH2, que fica a cerca de 3.800 anos-luz. Eles receberam esses nomes por terem sido descobertos pelo telescópio Gaia este ano.